sábado, 25 de julho de 2009

Uma visita de Shirdi Sai Baba

Durante uma viagem às Maurícias, a minha mãe
disse-me que eu devia fazer uma visita à minha tia, irmã do
meu pai, em Vacoas, uma pequena cidade nas Maurícias.
Como eu não estava feliz por passar o resto das minhas
férias a visitar a família, recusei-me a ir! No entanto, a minha
mãe insistiu. Eu fiz um compromisso com a minha mãe e
disse que só iria se o Swami viesse juntamente connosco, o
que ele concordou alegremente.
Era uma quinta-feira. Nós viajámos, uma grande
distância, num autocarro quente e abafado e finalmente
chegámos à casa da minha tia. Quando lá chegámos, a minha
tia deu-nos as boas vindas e pediu desculpas, dizendo:
“Lamento muito, eu sei que vocês viajaram uma grande
distância, mas é quinta-feira e eu vou aos bhajans todas as
semanas, por isso tenho que ir”. Estas palavras soaram como
música para os meus ouvidos! Nós podíamos voltar para
casa e o Swami e eu podíamos continuar a brincar!
No entanto, em grande parte para meu desapontamento, a
minha mãe interrompeu rapidamente estes pensamentos.
Ela disse-nos que já que tínhamos viajado até ali, nós iríamos
assistir aos bhajans com a minha tia e depois iríamos embora.
Chegámos ao local aonde os bhajans eram realizados.
Esta ea a primeira vez que tanto o Swami como eu assistíamos a
um serão de bhajans. A minha mãe sentou-se com a minha tia
no lado das mulheres e o Swami e eu sentámo-nos no lado
dos homens. Caracteristicamente, nestes eventos, o lado do
salão das mulheres estava a abarrotar em todo o lado até ao
fundo e o lado dos homens apenas tinha um par de cantores
e músicos na parte da frente do salão. Visto que não
tínhamos a certeza aonde nos sentar, o Swami e eu
decidimos sentar-nos no meio do salão no lado dos homens.
Quando nos sentámos juntos, deixámos um espaço entre nós
os dois, o que foi bastante invulgar. Tínhamos começado a
apreciar verdadeiramente os bhajans, estávamos batendo as
palmas e cantando, quando de repente, ambos tivemos
vontade de olhar para trás.
Reparámos num homem entrando no salão, com um
aspecto raro e surpreendente. Ele tinha aparência alta, de
origem ocidental e estava vestido com um dhoti e uma faixa
cor-de-laranja ocre brilhante. Como se isto não fosse já
bastante invulgar, o seu cabelo era incrivelmente longo,
cinzento e estava apanhado, enrolado no cimo da sua cabeça
com rudrakshas à volta dele. Ele tinha a sua testa e os seus
braços pintados com chandan brilhante. Para além disso,
tinha também rudrakshas nos seus braços e pulsos.
O senhor decidiu sentar-se entre o Swami e eu, apesar da
sala inteira estar vazia. Recordo-me de ter olhado para o
Swami nesse momento e sorrimos um para o outro.
Pouco tempo depois, a minha mãe e eu decidimos que era tempo
de deixar os bhajans e seguirmos o nosso caminho de volta a
casa.
A viagem de volta foi tranquila. Penso que nós todos
ficámos surpreendidos e conquistados pelos bhajans. Quando
chegámos à nossa paragem do autocarro, o Swami declarou
que iria assistir aos bhajans todas as semanas. A minha mãe
recomendou-lhe que ele pedisse a permissão dos seus pais
antes de viajar tão longe para assistir aos bhajans.
Algum tempo depois, a minha mãe recebeu um
telefonema das Maurícias do seu irmão, o pai do Swami,
informando-a de que o Swami tinha estado a assistir aos
bhajans semanalmente em Vacoas, em segredo e que agora
tinha decidido dedicar a sua vida inteira a Deus, com a idade
de catorze anos. A minha mãe, tal como o resto da nossa
família, estávamos espantados com a sua forte dedicação ao
Senhor, sendo ainda tão jovem.
Dois anos depois, o Swami decidiu vir a Londres pela
primeira vez. Quando me encontrei com ele, reparei que ele
já estava transformado outra vez. Tinha deixado crescer o
seu cabelo e era capaz de materializar objectos a partir do ar.
Materializou vibhuti, com um aroma intensamente activo,
para todos os que estavam presentes no aeroporto. Quando
chegámos a casa, sentámo-nos juntos e falámos acerca dos
seus novos poderes. O Swami perguntou-me se eu queria
um anel, ao que eu respondi, “Sim por favor!” Ele então
materializou um anel de ouro para mim, explicou que era
idêntico ao chakra de Mata Parvati e disse que era muito
poderoso.
O Swami então perguntou-me, “Lembras-te do dia em
que fomos aos bhajans em Vacoas?” Eu respondi, “Sim”. Ele
continuou a perguntar, “Lembras-te do homem vestido de
sábio que se sentou entre nós?” Eu respondi sorrindo,
“Como é que eu podia esquecer?”
O Swami continuou a explicar que essa tinha sido a
primeira vez que Sri Shirdi Sai Baba lhe tinha aparecido a ele.
Ele tinha perguntado ao Swami se ele se lembrava de o ter
encontrado. No entanto, Swami respondeu Não.
O Shirdi Sai Baba explicou ao Swami que ele tinha vindo visitá-lo a ele e
ao seu primo pela primeira vez nos bhajans em Vacoas.
Senti-mecompletamente honrado por saber que Shirdi Sai era, de
facto, o sábio que se tinha sentado entre o Swami e eu!R.




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