quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O Swamiji quando era pequenino...

Mesmo com um ano de idade, era evidente que Visham
era diferente das outras crianças. Normalmente uma criança pede doces, bolos ou brinquedos, mas o meu filho nunca pedia por estas coisas. Ele dizia, “Dá-me incenso; dá-me
cânfora para fazer yajnas e orações”. Quando eu lhe respondia dizendo que não tinha essas coisas, ele dizia: Vai comprar ou Vamos às compras. Quando ia às compras com ele,
Visham pedia-me para comprar ingredientes para o seu yajna: agarbathi, incenso e cânfora.
Com a idade de um ano e meio, Visham estava começando a andar. No entanto, ao contrário das outras crianças da sua idade, ele rezava e rezava o tempo todo.
A avó de Visham ia ao templo todas as manhãs e todas as tardes.
Desde que o Visham era pequenino, ele podia ser encontrado ao lado da sua avó, indo ao templo para asorações da manhã e da tarde. A minha irmã costumava
dizer, “Como podes tu ter um filho assim? Tu nunca rezas”.
Eu respondia-lhe, “Realmente não sei; ele sempre teve
interesse em Deus”.
Eu acreditava em Deus, mas não sentia o anseio interno para orar ou ir ao templo e pôr água no shiva lingam. Nessa altura, via pessoas a irem ao templo em frente da nossa casa,
mas eu própria nunca senti vontade de ir. Pouco tempo depois, o Visham começou a fazer havan, a cerimónia de fogo chamada yajna. Ele fez uma grande fogueira no meio da cozinha que ameaçava incendiar a cozinha. Todas as pessoas que estavam lá ficaram assustadas, mas eu não me assustei e na verdade não aconteceu nada desagradável.
Depois, quando ele tinha dois ou três anos de idade, começou a fazer de conta que era Krishna. No Natal, oVisham às vezes pedia algo, mas a maior parte do tempo ele brincava ao puja, dizendo, Eu estou fazendo um puja com Krishna. B. (mãe de Swami Vishwananda)


terça-feira, 4 de agosto de 2009

Receber o Seu Amor

Uma tarde eu estava parado na entrada da capela onde ícones de santos estavam a ser mostrados. Haviam por ali outros discípulos, cada um deles preocupado com as suas
próprias tarefas. Eu estava apenas desfrutando da atmosfera de estar na presença do meu guru. Sabendo que ele nunca reconhece que está consciente do que se está a passar nas
nossas cabeças, eu senti-me à vontade para expressar o meu choro divino pela minha Mãe Divina, a quem eu venero na forma do meu guru. Sentindo-me seguro e confiante na
minha própria mente e com o pensamento de que ele me evitaria completamente a fim de não estimular o meu ego mesmo da forma mais subtil, eu estava-me derretendo nos braços da Mãe Divina. Gentilmente derramei as minhas lágrimas de amor e anseio por Ela, com uma matiz de
tristeza por Ela ainda não ter vindo, misturado com a alegre
expectativa da Sua vinda à muito esperada. Exactamente
naquele momento o gurudeva aproximou-se de mim, olhou
fundo nos meus olhos e perguntou-me com o mais doce tom
de voz, “Porque estás a chorar?” Eu fui apanhado de
surpresa porque não esperava esta súbita mudança de
acontecimentos. Tentei esconder os meus sentimentos,
gaguejando, esperando encontrar as palavras certas para
encobrir o meu Amor. Escondendo-se do guru! Que vergonha,
pensei eu mais tarde. Não fazemos nós todos o mesmo,
repetidamente, todos os dias? A brincar às escondidas com o
nosso próprio Criador, que está precisamente por detrás dos
nossos pensamentos, por detrás de cada batida de coração,
em cada átomo do nosso ser e à nossa volta, que nos
compreende melhor que o nosso amigo mais querido,
melhor do que a nossa própria mãe ou pai – e nós
perguntamo-nos por que é que Ele se esconde de nós. Nós
estamos a fugir dele, como filhos pródigos, não Ele de nós! E Ele está sempre pacientemente esperando que nós possamos
talvez elevar os nossos corações, simplesmente uma vez para receber o Seu Amor.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Um Homem Santo

Uma vez uma amiga da minha filha veio passar uma
noite com a minha família. O pai da nossa jovem hóspede,
que estava divorciado da sua mãe, tinha ficado de a vir
buscar no dia seguinte e assim as duas podiam passar o
fim-de-semana juntas. Ela esperou e esperou, mas o seu pai não
veio. Finalmente recebemos um telefonema da mãe dela a
informar-nos que o pai da nossa hóspede não iria buscá-la
porque não tinha tempo. Naturalmente, a nossa jovem
hóspede ficou aborrecida e magoada. Nós convidámo-la
para ficar mais uma noite até que alguém a pudesse vir
buscar no dia seguinte.
Embora a jovem amiga da minha filha tenha observado
que todos mostravam um grande respeito pelo Swami, ela
nem sequer deu uma olhada para ele directamente. Portanto,
fiquei chocada quando a ouvi dizer na manhã seguinte,
depois da sua segunda noite connosco, que o Swami era um
homem santo. Ela disse-me que durante aquela noite tivera
um sonho no qual ela estava muito doente.
O Swami entrou no seu sonho e amorosamente disse-lhe que ele era o seu pai.
Então ele pousou a sua mão no topo da cabeça dela e ela não
mais se sentiu doente no sonho. Desde então, sempre que a
amiga da nossa filha nos vem visitar, prepara sempre uma
prenda para oferecer ao Swami.
A santidade do Swami é revelada de muitas maneiras,
mas ele não fala sobre isso e é sempre divinamente humilde.
Sempre que o Swami está no seu centro na Alemanha onde
mora a minha família, este está sempre cheio de gente de
todo o mundo.
São essas as alturas em que estamos
realmente ocupados e presos no desempenho dos deveres
importantes do ashram.
Lembro-me uma vez em que passava
pela sala de estar, pensando que mais é que precisava fazer,
quando, de repente, ouvi o Swami a chamar-me.
À medida que me aproximava dele, senti uma onda de Amor Divino
fluir dos seus olhos e espalhar-se por todo o meu ser. Embora ele estivesse a falar comigo, descobri que eu não
conseguia seguir as suas palavras porque tive uma enorme
percepção de que o Swami era um santo que estava
completamente intoxicado com Deus.
Nessa altura, o seu
corpo era o de um homem cansado e ele devia estar a sofrer
alguma dor.
Contudo, os olhos do Swami irradiavam um
Amor incondicional imenso por toda a criação.
Nessa altura eu compreendi que Swami Vishwananda dá
tudo aos seus devotos, a fim de que um dia possamos
entender a nossa verdadeira natureza Divina. M.L.


domingo, 2 de agosto de 2009

A comunhão

Nós éramos cerca de quatro ou cinco homens com o Swami no seu apartamento, em Rose-Hill, Maurícias, em Outubro de 1999. Ele mostrou-me o quarto onde cresceu.
As paredes estavam cobertas com imagens de santos. Nas prateleiras haviam estátuas de várias divindades. Cada objecto estava coberto com vibhuti, o que os visitantes, assim
como os seus pais, no princípio, confundiram com poeira. A camada era por vezes tão grossa que a cabeça da murti mal sobressaía por entre a montanha de cinza.
Nós preparávamos as nossas próprias refeições e comíamos todos na cozinha. Muitas vezes, as pessoas vinham rezar na capela, mas principalmente, vinham para falar com o Swami.

Uma noite durante o jantar, o Swami subitamente levantou a sua cabeça e gelou. Ele estava silencioso e os seus olhos estavam petrificados. Nós parámos de comer e olhámos uns para os outros. O Swami abriu a sua boca e pôs a sua língua de fora como se para receber a comunhão. Inesperadamente, nós vimos uma hóstia na sua língua, vindo do nada.
Mais tarde, ele disse-nos que São Miguel tinha vindo dar-lhe a comunhão. P.