sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Visões de Maria

Conheci Swami Vishwananda pela primeira vez em
Janeiro de 2000, perto da cidade de Freiburg, na Alemanha.
Tinha ouvido dizer que um jovem Hindu das Maurícias
estava lá e eu estava curiosa para o ver. Quando o conheci,
ele estava tão encantador. Depois de um curto encontro, não
tinha vontade de me ir embora. Era tão bom estar na sua
presença.
Alguns meses mais tarde, ouvi dizer que Swami
Vishwananda vinha a Frankfurt. Estava num dilema. Por um
lado, sentia-me muito atraída pelo que se estava a passar e
queria fazer parte disso, estar na sua presença, mas a minha
mente dizia, “Não, porque é que eu devo correr atrás de um
jovem Hindu? Mantém os teus pés no chão”. Mantive os
meus pés no chão, mas ao mesmo tempo corri atrás dele….e
estava feliz.
Cerca de um mês mais tarde, foi organizada uma
excursão com o Swami — nós viajaríamos através do
nordeste de Itália para visitar alguns mosteiros e lugares de
peregrinação. Senti subitamente um desejo absoluto de ir
também. No entanto, precisamente para me salvaguardar,
levei o meu próprio carro para que pudesse vir embora a
qualquer hora. Foi uma jornada maravilhosa. Visitámos
muitos lugares sagrados, cantámos, rezámos e ficámos
hospedados em mosteiros modestos. Ver o Swami a rezar foi
uma visão muito impressionante. Ele rezava com um fervor
delicado especial. Era óbvio o quanto ele amava Jesus e
Maria. Às vezes ele recebia os estigmas nas suas mãos e pés
e de lado. Ou subitamente, havia uma fragrância forte de
rosas á sua volta. Quando nós estávamos em Turin, eu
acabei por ficar separada do grupo. Andei às voltas na
cidade até que, de repente, senti o cheiro dessa fragrância
encantadora. Segui-a e encontrei novamente o grupo. No fim
dessa jornada, sabia que queria ficar para sempre com o
Swami.
O Swami às vezes tinha visões de Maria ou Jesus. Sempre
que ele tinha uma visão, caía de joelhos de repente com as
mãos juntas. Ele olhava para o alto. Os seus lábios às vezes
moviam-se. De tempos a tempos, ele sorria muito
ternamente ou algumas lágrimas corriam dos seus olhos.
Nós não conseguíamos ver nada e ficávamos ali rezando e
esperando, sabendo que algo especial estava acontecendo.
Mas ficava de nós ocultado.
Depois de uma aparição, o Swami ficava sempre
enlevado. Quando ele era novamente capaz de falar,
perguntava-lhe, “Com quem se parecia Maria? Qual era a
cor das suas roupas? Como é que ela usava o véu?” Então,
ele descrevia sempre o amor inacreditável que emanava
dela. Era tão bom ouvi-lo falar acerca do que ele tinha visto:
“A luz por detrás dela era tão brilhante, vocês não
conseguem imaginar, muito mais brilhante do que a luz do
sol. À volta dela haviam muitos anjos pequeninos…” Ele
recebia mensagens de Maria frequentemente. Ele escrevia e
lia essas mensagens para nós.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Inauguração do templo


Cerca de seis meses depois de eu ter tomado a minha
decisão de que ele era o meu guru, o Swami perguntou-me
se eu gostaria de me mudar para Steffenshof e ajudar a
começar o seu primeiro ashram na Alemanha. Um dia nós
fomos a Cologne, na Alemanha, procurar por artigos
Indianos para o templo. O Swami descobriu imediatamente
uma bonita estátua do Senhor Vishnu. Ele sentiu-se muito
atraído a ela. Havia também uma estátua de deusa Lakshmi
do mesmo tamanho. Visto que as estátuas eram quase do
tamanho natural, nós presumimos que as murtis eram
caríssimas. Com a graça de Deus, descobrimos
inesperadamente, uma placa que dizia metade do preço e o
Swami comprou tanto Lakshmi como Vishnu. Este Casal
Divino, juntamente com Mahavatar Kriya Babaji, tornaram-se
nas murtis principais do nosso templo, em Steffenshof.
Mudei-me para o ashram de Steffenshof em Dezembro de
2004. O Swamiji estava parado numa janela usando um fato
branco de pintor. A renovação do ashram Alemão tinha
começado naquele dia. Na mesma noite, pintámos
novamente as paredes do meu novo quarto. O Swamiji
ajudou-me a pintar. As renovações do ashram continuaram a
um ritmo acelerado. Convertemos o celeiro de Steffenshof
num templo Hindu. Durante o dia, estávamos ocupados com
o trabalho de construção. Durante as noites, reuníamo-nos
na sala de estar para abishekam. O templo ficou pronto
mesmo a tempo para o Shivaratri.
Assim que a inauguração do templo acabou, o Swamiji
falou-nos, lentamente, acerca de nos tornarmos
brahmacharinis e bramacharis. Eu tinha estado na Índia e
estava familiarizada com a vida de uma brahmacharini; Anos
antes, tinha considerado isso como uma possibilidade para a
minha vida. Ainda assim, levou vários meses antes que eu
soubesse de todo o coração que gostaria de dar este passo
que muda toda a vida.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Vishwananda Maharaj


Posso verdadeiramente dizer, que a primeira vez que
me encontrei com Swami Vishwananda foi um dos dias
mais importantes da minha vida e nunca pode ser
apagado da minha memória. Concordei em ir ver o
Swami num dos seus darshans.
No parque de estacionamento do local de encontro, vi o bispo da Igreja
Liberal. Gozei com ele, alegremente, dizendo que nós
tínhamos aparecido vestidos nas cores complementares
correspondentes, ele em violeta e eu própria de cor-delaranja.
Sentámo-nos juntos algures perto da parte da
frente do salão. Depois de um pequeno espaço de tempo,
o Swami chegou e tomou o seu lugar na frente da sala,
sendo devidamente introduzido como tendo vindo para
nos abençoar a todos na forma de darshan (um conceito
que era completamente novo para mim).
Linda música estava tocando como plano de fundo e
nós éramos convidados a ir até ao Swami, um por um,
para receber a sua bênção e vibhuti. Enquanto estava
sentada e observava o Swami, por alguma razão
desconhecida, fiquei subitamente muito emocionada e
sussurrei ao bispo, se ele pensava que teria sido assim
quando Jesus abençoava as multidões. Observei algumas
crianças pequenas irem receber a sua bênção e quando
elas paravam em frente do Swami, envolviam os seus
braços pequeninos à volta do seu pescoço. Nessa altura,
fiquei tão comovida que conseguia sentir as lágrimas
vertendo pelas minhas faces abaixo.
Estava sentada diante do Swami e não queria que ele
me visse a chorar, porque isso seria muito embaraçoso.
Consegui acalmar-me, mas dentro de mim estava
acorrendo uma profunda agitação emocional.
Durante um intervalo de quinze minutos, fui
convidada para me encontrar com o Swami para uma
entrevista de cinco minutos, o que eu recusei
delicadamente. Fui no entanto forçada a aceitar o convite
e depois de dar voltas ao meu cérebro acerca do que falar
com o Swami, senti-me confortada pelo conhecimento de
que ele era natural das Maurícias e portanto eu podia
falar de outro Swami, que eu conhecia de lá. Ele tinha a
sua base nas Maurícias e era um Swami cuja presença
tinha abençoado a minha casa muitas vezes.
Enquanto era conduzida para dentro da sala das
entrevistas, fui cumprimentada por Swami Vishwananda
com a frase inicial, “Mataji, tu não deves estar triste.”
Rapidamente, comecei a falar acerca da minha ligação
com o tal Swami, ao que o Swami docemente respondeu,
“Mataji, eu estou ainda no princípio da casa dos vinte
anos, portanto tudo isso aconteceu antes do meu tempo.”
Isto retirou o vento das minhas velas, por assim dizer, e
novamente, ele disse-me para não estar triste.
A minha entrevista privada terminou em breve e com
um abraço caloroso, amoroso, fui conduzida para fora,
apenas para descobrir no meio da palma da minha mão
um pequeno anel, que concluí para mim própria –
bastante desrespeitosamente – ter vindo de um pacote
afortunado que estava na sala. Eu não fazia ideia da
materialização nessa altura. Assim que encontrei o bispo
cá fora, fiquei surpreendida ao descobrir que ele também
tinha um anel, com o símbolo da cruz. Estávamos ambos
embasbacados.
Depois do darshan ter terminado, o Swami misturou-se
espontaneamente com todos e convidou-me a mim e ao
Bispo, um após o outro, para almoçar com ele, no dia
seguinte, na casa onde ele estava hospedado.
Agora sei que nada acontece por coincidência e estou
imensamente grata a Deus por ter orquestrado o encontro
desta Mataji relutante com esta grande alma, Swami
Vishwananda. Sempre que Swami Vishwanandaji
Maharaj está aqui na África do Sul, eu quero somente
sentar-me a seus pés e sei verdadeiramente como muitos
outros sabem, que ele foi enviado pelo Criador Divino
para nos ajudar a progredir espiritualmente em direcção
ao nosso objectivo supremo. Hoje em dia, não deixo a
oportunidade de estar na sua presença passar por mim
tão facilmente. Tenho recebido dele muito encorajamento
e força de vontade para continuar a percorrer este
caminho, muitas vezes difícil e acidentado, em direcção à
Luz suprema. Possam muitas almas ser abençoadas pelo
encontro com esta dádiva de Deus, Swami Vishwanandaji Maharaj, nesta vida.
O meu encontro com o Swami tem sido uma história
interminável cheia de lições e bênçãos. Vida Longa para o
nosso amado Pujya Swami Vishwanandaji Maharaj.
M. - África do Sul