segunda-feira, 27 de julho de 2009

A padaria francesa

Uma vez, estávamos nós visitando um lugar antigo de peregrinação chamado Liesse, uma vila no norte de França.
Muitas pessoas notáveis, incluindo Joana de Arc, vieram prestar homenagem à Nossa Senhora de Liesse, uma representação negra de Madonna, Mãe de Deus.
O Swami disse-me, “Há uma energia bonita nesta igreja” “Está quase escuro, não existe praticamente luz nenhuma, a única coisa que eu consigo ver é a estátua da Nossa Senhora de Liesse, lá no alto”, disse eu.
Nós ajoelhámos-nos e rezámos em frente da estátua.
Dirigimos-nos para a entrada da igreja e o Swami comprou um dos pequenos folhetos com informação acerca da igreja e começou a lê-lo assim que nós saímos lá para fora. “Olha, há
uma padaria ali; nós podíamos comprar alguma coisa para comer”, disse ele. “Com prazer, o pequeno-almoço foi há muito tempo atrás e nós não almoçámos nada”, disse eu.
Entrámos na padaria enquanto o Swami ainda continuava a ler de alto a história da Nossa Senhora de Liesse. A mulher que trabalhava na padaria estava ocupada servindo-nos,
quando inesperadamente, o Swami disse, “Olha o que este folheto diz, Durante a Revolução Francesa, eles queimaram a estátua [a Madonna negra que nós tínhamos acabado de ver]
no forno da padaria.”
O Swami perguntou à senhora da padaria, “Foi no forno desta padaria que a estátua milagrosa foi queimada?” “Bom,sim, foi o meu tetravô”, disse a senhora detrás do balcão,
com vergonha. O Swami pagou e nós deixámos a padaria.
“Diga-me, existe karma familiar tal como karma dum país
ou karma de uma raça?”perguntei eu. “Claro, tu podes senti-lo
nas gerações seguintes”, respondeu ele. “E o Swami retirou, neste momento, o karma desta família enquanto nós estávamos dentro da padaria?” perguntei eu.
O Swami fez que sim com a cabeça, enquanto nós chegávamos ao carro com as nossas pequenas tortas de espinafres.

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