terça-feira, 28 de julho de 2009

O meu Gurudev

Em Novembro de 2003, voei para as Maurícias junto com
alguns amigos, que também estavam ligados ao Swami Vishwananda, meu Guruji.
Ficámos hospedados num hotel e íamos todas as manhãs
para o ashram fazer abishekam, que era feito principalmente
pelo Swami. Depois todas as noites íamos ao aarti.
No nosso primeiro dia lá, o Swami conduziu-nos numa visita guiada ao ashram e à casa onde ele tinha vivido quando era mais novo.
Muitos milagres emocionantes tinham acontecido ali. Havia uma parede, em que uma imagem de Shirdi Baba tinha aparecido, murtis que estavam cobertas de chandan, kumkum
ou vibhuti e havia também amrita e óleo sagrado vertendo das estátuas e quadros.
Precisamente quando estavamos saindo do quarto, o Swami pôs-me algo na minha mão. Para meu deleite, foi o meu primeiro anel materializado.
Quando me sentei no meu quarto de hotel e recordei os acontecimentos do dia, simplesmente não conseguia acreditar. Era quase bom demais para ser verdade. Esta era a
altura mais bem-aventurada que já tinha tido na minha vida.
Também cheguei à realização de que tinha estado sempre com o Swami em cada encarnação e que a dor que tinha sentido nesta vida era devido ao anseio da minha
alma para estar com ele, novamente. Quando observo novas pessoas com o Swami, sentindo exactamente a mesma coisa que eu senti nessa altura, o meu amor
por ele cresce mais forte, visto que, me recordo de como me senti durante a minha primeira visita às Maurícias e sinto aquelas emoções todas de novo.
Algum tempo mais tarde, tive a oportunidade de fazer a tradução para o Swami, durante as suas entrevistas privadas com pessoas.
Observei como ele criava aquele contacto muito pessoal com todas as pessoas, a um nível profundo e como era capaz de lhe dar a elas exactamente o que elas precisavam, no tempo exactamente certo. Isto, percebi eu, é verdadeiro amor, aceitar as pessoas exactamente como elas são, incondicionalmente.
Uma vez, o Swami deu uma palestra num programa de Páscoa que me tocou profundamente. Senti que ele se dirigia só a mim. Eu pensava, Será que ele está realmente falando só
para mim? Mais tarde, descobri que não era a única pessoa que se tinha sentido dessa maneira – muitas pessoas tinham
experenciado exactamente a mesma coisa. O Swami é capaz de alcançar as pessoas numa escala de massas e ensinar-lhes com uma quantidade inacreditável de amor e
paciência.
Durante o darshan, ele transmite energia divina à multidão, assim como, a cada um pessoalmente, quando dá a bênção individual. A bênção individual é um momento
muito íntimo, aonde tudo o que cada um está transportando, seja tristeza ou doença, pode ser transformado pela energia divina. Isto é o que eu senti durante o meu primeiro darshan
em Cape Town, na África do Sul. Noutros darshans, tenho experimentado uma quantidade inacreditável de energia, àsvezes muito poderosa e outras vezes muito suave e delicada.
Houve também fases pelas quais passei, em que senti o Swami como muito rígido. A sua firmeza faz-me pensar que ele já não me ama, ou que ele ama muito mais
todos os outros. Estas fases, descobri eu, são sempre tempos de desenvolvimento, realização e aprendizagem. O Swami coloca-nos no meio destes testes e tribulações para que nós
possamos resolver completamente os nossos obstáculos individuais, que nos impedem de chegar a Deus.
Finalmente, percebi que o Swami tinha estado trabalhando numa dor antiga que eu tinha que resolver completamente. Havia o lado do meu ego que ele teve de me
fazer sentir intensamente, antes que eu conseguisse realmente deixá-la ir. A forma mais rápida de ultrapassar estas situações é entregar a dor e simplesmente deixá-la ir
sem questionar, sem pensar, o que se passa de errado com ele hoje? O que é que eu fiz para ele me tratar assim desta maneira?
Descobri que ele não gosta de conversa fútil, bisbilhotices e que se passe tempo a preguiçar. Ele gosta de brincar e ama a própria vida. Ri muito e tem a gargalhada mais
contagiante. Ele adora naturalmente todos os santos e as suas histórias e adora contar as suas histórias e pintá-los.
Mais que tudo, aprecio estar simplesmente na sua presença, sem que muito seja dito, mas ao mesmo tempo sentindo-me amada muito imensamente. Mesmo quando não estou na
sua presença física, sinto internamente a sua omnipresença e sinto sempre que posso comunicar com ele. Pessoalmente, sinto que não há diferença para mim se ele está fisicamente
aqui ou viajando pelo mundo. Sinto sempre a sua presença interiormente. Muitas vezes, sinto-o a ele e à sua orientação muito mais fortemente, quando não estou com ele, algo qu vivi especialmente durante a minha estadia na Indía.

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