quinta-feira, 16 de julho de 2009

Iniciação num Estábulo,

Uma discípula inglesa conta-nos:
"Quando me encontrei com Swami Vishwananda pela
primeira vez, senti um tal amor divino que queria estar com
aquele amor tanto quanto possível. Naquela época, o Swami
visitava o Reino Unido, onde eu vivo, apenas duas vezes por
ano. Pouco tempo depois de o ter encontrado, fui informada
que estava previsto o Swami fazer uma cerimónia yajna na
Suíça e eu decidi ir.
De acordo com a minha informação, o yajna ia ser na
cidade de Locarno, na Suíça, perto de um lago. Estava a
contar com um fim-de-semana maravilhoso, relaxante
quando ouvi que o alojamento ia ser num estábulo! Sem
perder o ânimo, consegui arranjar um pequeno hotel
próximo. Fui de avião até Zurique, o aeroporto mais próximo e daí para a frente o caos parecia reinar. De algum modo desencontrei-me da pessoa que supostamente me ia buscar, assim como das outras pessoas vindas de Londres que se deveriam encontrar connosco no aeroporto de
Zurique. Eles também tinham perdido o seu avião em Londres. Fui forçada a encontrar o meu próprio caminho. Então percebi que o yajna não era em Locarno mas afinal na
cidade de Lugano. Consegui finalmente encontrar o comboio certo para Lugano e embarcar mesmo a tempo. Tive que mudar de comboio e por fim apanhar dois autocarros
diferentes no meu caminho para o sítio certo. Descobri então que tínhamos que ir para o topo de uma montanha num teleférico até ao local do yajna de Swami Vishwananda. Testando a minha determinação, a confusão continuava.
Eu pensava que ia estar junto a um lago, mas como estávamos ao ar livre no topo de uma montanha, eu estava gelada. Gentilmente alguém me ofereceu um cobertor e
luvas. Então, sendo mal informada, perdi o último teleférico que descia a montanha até ao meu hotel e fui forçada a passar a noite na montanha fria e a dormir num estábulo!
Para tornar a coisa ainda pior, a minha lanterna avariou e eu estava constantemente a pisar estrume de vaca. Não tendo outra alternativa, passei uma noite extremamente
desconfortável na montanha e apanhei o primeiro teleférico descendente da manhã para o meu hotel. Aquela experiência não era o que eu esperava!
Depois de umas horas de sono no meu hotel, acordei de muito mau humor. Contudo, decidi voltar à montanha no tempo previsto para receber o darshan do Swami. Levei comigo o meu humor e irritação e finalmente deixei o grupo e encontrei um local sossegado debaixo de um arbusto para
lamber as feridas tal como um animal faria. Assim que me sentei, de repente comecei a hiper-ventilar e para minha consternação não me conseguia controlar. [Alguns anos antes da minha experiência no topo da montanha na Suíça, eu tinha escrito um livro sobre hiper-ventilação e a sua ligação com muitas doenças. Considerava-me uma especialista em como controlar a hiper-ventilação através da respiração].
Enquanto continuava sentada sozinha debaixo do arbusto, comecei a sentir dores terríveis à volta do meu coração e perguntei a mim própria se não estaria a ter um ataque cardíaco! Eu pensava, supostamente devia estar a passar um fim-de-semana tranquilo à beira de um lago na Suíça e não no topo de uma montanha a ter um possível ataque cardíaco! Sabia
que o hospital mais próximo ficava a horas de distância; que maneira de morrer! Raramente choro, mas debaixo do arbusto solitário desatei de repente a chorar descontroladamente. Alguns minutos mais tarde a dor no coração desapareceu e eu senti-me muito melhor.
Durante a dor e o choro, todo o meu ser foi envolto num grande e profundo amor por tudo e todos. O sentimento foi tão maravilhoso que eu levantei-me saindo debaixo do arbusto e
andei por ali num estado de consciência completamente diferente. A minha nova percepção era tão poderosa que dei por mim a pensar se seria suficientemente forte para lidar
com todo o amor que estava a sentir.
Eu pensava, Como é que eu vou conseguir lidar com a vida do dia-a-dia neste estado de
consciência?
Coloquei estas questões a Swami Vishwananda. De forma característica, ele respondeu simplesmente,
“Nunca se ama demais”.
Para finalizar o fim-de-semana, uns amigos levaram-me de carro até o aeroporto de Zurique para apanhar o meu avião de volta ao Reino Unido. O caos das minhas viagens para o
yajna reapareceu. Perdemo-nos e em consequência disso, perdi o avião e tive que pagar uma taxa suplementar enorme para seguir no avião seguinte. Ainda na consciência do amor
que tinha experimentado no topo da montanha Suíça com Swami Vishwananda, nada no meu fim-de-semana, traumas-dramas da viagem, já importavam.
Subsequentemente, não tenho interesse em fins-de-semana relaxantes, por si, mas apenas em experimentar o Amor Divino que o Swami traz à minha vida e à vida de todos os
que se encontram com ele."


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